Page 51 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)

...do comércio.
Do comércio! Isso em 1948. E fiquei ajudando mesmo, nem fui para Fortaleza e fui

expulso do colégio. Só tinha esse colégio (RISOS). E eu também não senti nenhuma falta,
entendeu? Meus pais começaram a me incentivar para fazer um concurso para o Banco
do Brasil, que era uma coisa muito desejada pelas famílias naquela época. Achando
que eu teria condição de entrar no Banco do Brasil, e talvez até tivesse mesmo, não

é? Tinha coisas que todo mundo sabia,... datilografia... Eu fui frequentar um curso de
preparação. No dia da prova, eu não quis fazer a prova. Não fui lá, não fui para a prova,
porque já estava gostando da loja. Não queria mais ir para o Banco do Brasil, e fui para
Recife fazer compras.

...compras para a loja.
Para a loja. Isso já era 1950, mais ou menos. Eu tinha uns 21 anos. Então, durante
esse tempo, eu fiquei trabalhando, ajudando quando estava no colégio, e quando saí,

continuei. Só trabalhando e ajudando mesmo como um filho jovem. E fui gostando, e
meu pai também foi achando bom, não é? A família também. Minhas irmãs, certamente,
também, porque elas trabalhavam muito na loja, para ajudar ele. Mas agora já tinha
uma pessoa, um homem, para ir ajudando elas, principalmente. E eu fui assumindo

também. O João era mais jovem. Meu irmão Valdery, nessa época, foi para João Pessoa
estudar para medicina. Foi mais ou menos nessa época, ou depois um pouco.

E o Seu João começou a trabalhar com vocês nesse período?
O João era irregular. Ele trabalhava... começou a trabalhar muito cedo, muito cedo.

Ele também passou um tempo cuidando do gado, não é mesmo?
É, trabalhava, às vezes, na loja, às vezes, com o gado. Quando ele ia, era bom. Chegava

na loja para vender, era bom. Ele era elétrico. Se fosse no gado, eu não sei. Eu não
acompanhei o gado lá em Uiraúna. Em Cajazeiras, onde nós tínhamos uma vacaria, ele
participava bem, mas, naquele tempo, a gente estudava e fazia outras coisas, ele também
sempre colaborava com os serviços de casa, menino ainda. Quando ele começou a

trabalhar em comércio, era muito ativo, muito ativo. Podia ajudar, em uma época, na
loja, e ficar fora também um período. Uma vez ele saiu e foi para Uiraúna, ficou na casa

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