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Cajazeiras: lembranças de ontem, orgulho de hoje                  E a área que sempre me foi motivo de orgulho, hoje é
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                                   Lembro que cheguei a Cajazeiras com cinco anos. Ela,
                                   uma jovem; eu, uma criança; ambos com o mesmo                     Mas como esquecer o “Açude Grande” que tantos
                                   pensamento: crescer.                                              serviços prestou à cidade antes da chegada da água
                                                                                                     encanada, quando seu líquido precioso era transportado

                                   E foi crescendo que vi os belos exemplos dessa cidade             por jumentos? Ele havia sido tema importante das
                                   “que ensinou a Paraíba a ler”. Sinto que eu, talvez,              promessas políticas que se tornara realidade.
                                   não tenha sabido aproveitar a grande oportunidade de

                                   estudo que ela me oferecia. É que fui colhido por uma             A energia a motor que movia os passos da cidade
                                   forte vocação pelo trabalho, mas com meu suor, pude               também passeia em minhas lembranças. Assim como
                                   contribuir com o seu desenvolvimento econômico.                   a tipografia “Rio do Peixe”, de Horácio Alves, que, com
                                                                                                     suas máquinas rudimentares fazia os talonários do

                                   Ainda assim, nunca esqueci dos maravilhosos                       mercado local. Sem esquecer as farmácias do Marechal
                                   professores dos quais tive o privilégio de ser aluno.             Sobreira, do Dr. Aprígio de Sá e a Cruz Vermelha.
                                   Dentre eles, destaco Dona Lídia Cirilo, Dona Ana Sales,

                                   Sinhazinha Ramalho, Nirvanda Leitão, Maria Lustosa,               E como falar em comércio sem citar pessoas como Pedro
                                   Adalgisa Reis, Dr. Cristiano Cartaxo, Padre Bartolomeu,           Bezerra, José Dantas, Timóteo Pereira, Midu Cartaxo,
                                   Padre José Grismoni e Dom Campelo que, pela sabedoria             Manuel Lacerda, Solidônio Palito, Piano Lustosa, José

                                   e compromisso, muito fizeram por Cajazeiras.                      Tavares, Trajano Lopes, Álvaro Marques, Donato Braga,
                                                                                                     Antônio Adelino, Chico Sobreira, Aprígio Bezerra, Nilton
                                   Mas não deixo de lembrar de tantos outros que também              Simões e João Bichara? Como esquecer que foi em torno

                                   foram educadores de pessoas que, como eu, reverenciam             do comércio de “Seu Joca”, meu pai, que minha família
                                   seus inesquecíveis mestres, com o mesmo sentimento de             se uniu e viveu?
                                   gratidão que eu tenho. Nossos mestres são pessoas que
                                   nos deixaram profundas marcas, especialmente os da                Também é inesquecível a religiosidade de sua gente, tão

                                   nossa infância.                                                   forte que gerou a “Procissão das pedras”, responsável
                                                                                                     pela construção da igreja matriz. E eu estava lá, junto
                                   E quando começo a falar dos anos felizes que vivi                 com outros fiéis vendo erguer cada pedaço do sonho de

                                   em Cajazeiras, a memória traz de volta cenas do                   Dom João da Mata, que queria para Cajazeiras uma
                                   passado que me gratificam. A começar do “Alto do Belo             igreja que fosse feita por todos. Que maravilha ela ficou!
                                   Horizonte”, onde comecei minha vida profissional. Na
                                   época, alguns, querendo ofuscar a região, davam-lhe a             E o que dizer das festas da padroeira, dos leilões, das

                                   alcunha de “Alto do Cabelão”, como se cabelo grande               quermesses...? Recordo ainda das festas do clube “8 de
                                   fosse sinal de desmerecimento. Não sabiam eles que                Maio”, onde a sociedade se reunia, e que posteriormente
                                   esses fios teceriam uma área privilegiada da cidade               passou a chamar-se de “Tênis Clube”. Depois, surgiu o

                                   onde se ergueu uma fonte do saber - sua universidade.             Clube “1° de Maio”.






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