Page 119 - Seguindo os Passos do Sucesso
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Cajazeiras: lembranças de ontem, orgulho de hoje E a área que sempre me foi motivo de orgulho, hoje é
sinal de avanço para todos.
Lembro que cheguei a Cajazeiras com cinco anos. Ela,
uma jovem; eu, uma criança; ambos com o mesmo Mas como esquecer o “Açude Grande” que tantos
pensamento: crescer. serviços prestou à cidade antes da chegada da água
encanada, quando seu líquido precioso era transportado
E foi crescendo que vi os belos exemplos dessa cidade por jumentos? Ele havia sido tema importante das
“que ensinou a Paraíba a ler”. Sinto que eu, talvez, promessas políticas que se tornara realidade.
não tenha sabido aproveitar a grande oportunidade de
estudo que ela me oferecia. É que fui colhido por uma A energia a motor que movia os passos da cidade
forte vocação pelo trabalho, mas com meu suor, pude também passeia em minhas lembranças. Assim como
contribuir com o seu desenvolvimento econômico. a tipografia “Rio do Peixe”, de Horácio Alves, que, com
suas máquinas rudimentares fazia os talonários do
Ainda assim, nunca esqueci dos maravilhosos mercado local. Sem esquecer as farmácias do Marechal
professores dos quais tive o privilégio de ser aluno. Sobreira, do Dr. Aprígio de Sá e a Cruz Vermelha.
Dentre eles, destaco Dona Lídia Cirilo, Dona Ana Sales,
Sinhazinha Ramalho, Nirvanda Leitão, Maria Lustosa, E como falar em comércio sem citar pessoas como Pedro
Adalgisa Reis, Dr. Cristiano Cartaxo, Padre Bartolomeu, Bezerra, José Dantas, Timóteo Pereira, Midu Cartaxo,
Padre José Grismoni e Dom Campelo que, pela sabedoria Manuel Lacerda, Solidônio Palito, Piano Lustosa, José
e compromisso, muito fizeram por Cajazeiras. Tavares, Trajano Lopes, Álvaro Marques, Donato Braga,
Antônio Adelino, Chico Sobreira, Aprígio Bezerra, Nilton
Mas não deixo de lembrar de tantos outros que também Simões e João Bichara? Como esquecer que foi em torno
foram educadores de pessoas que, como eu, reverenciam do comércio de “Seu Joca”, meu pai, que minha família
seus inesquecíveis mestres, com o mesmo sentimento de se uniu e viveu?
gratidão que eu tenho. Nossos mestres são pessoas que
nos deixaram profundas marcas, especialmente os da Também é inesquecível a religiosidade de sua gente, tão
nossa infância. forte que gerou a “Procissão das pedras”, responsável
pela construção da igreja matriz. E eu estava lá, junto
E quando começo a falar dos anos felizes que vivi com outros fiéis vendo erguer cada pedaço do sonho de
em Cajazeiras, a memória traz de volta cenas do Dom João da Mata, que queria para Cajazeiras uma
passado que me gratificam. A começar do “Alto do Belo igreja que fosse feita por todos. Que maravilha ela ficou!
Horizonte”, onde comecei minha vida profissional. Na
época, alguns, querendo ofuscar a região, davam-lhe a E o que dizer das festas da padroeira, dos leilões, das
alcunha de “Alto do Cabelão”, como se cabelo grande quermesses...? Recordo ainda das festas do clube “8 de
fosse sinal de desmerecimento. Não sabiam eles que Maio”, onde a sociedade se reunia, e que posteriormente
esses fios teceriam uma área privilegiada da cidade passou a chamar-se de “Tênis Clube”. Depois, surgiu o
onde se ergueu uma fonte do saber - sua universidade. Clube “1° de Maio”.
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