Page 157 - Seguindo os Passos do Sucesso
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De papelão bote o teto É bastante um beija-flor
Pra vir bem de manhãzinha E uma graúna pra cantar
Um barzinho na cozinha João Claudino vai doar
Que é pra ele ter sabor A Casa do Cantador
Com muita cana e licor
Pra ele se embebedar IV - Mande botar no terreiro
João Claudino vai doar Casa de farinha inteira
A Casa do Cantador Salpicão e bolandeira
Pra poeta violeiro
SF - Faça logo a moradia No quintal faça um viveiro
O palácio do poeta Com aves de toda cor
Um homem que interpreta Falcão águia e condor
A rima a filosofia Pra ele aprender voar
Não precisa mordomia João Claudino vai doar
Dentro daquele setor A Casa do Cantador
Que eu recebo o favor
Se caso João ofertar SF - Os planos apareceram
João Claudino vai doar Pro amigo João Claudino
A Casa do Cantador Ao poeta nordestino
Todos que já escreveram
IV - Nada de móvel importado Os poetas que morreram
Que existe em gabinete Traga fotos por favor
Basta ter um tamborete Uma de um Serrador
Pra ele ficar sentado E a outra de Zé Gaspar
Um buraco no telhado João Claudino vai doar
Mande deixar por favor A Casa do Cantador
Pra nas noites sem negror
Descer raios de luar IV - Não é casa de ministro
João Claudino vai doar Não é para deputado
A Casa do Cantador Quem faz verso improvisado
Não tem ideal sinistro
SF - Com muito material Não precisa de registro
Não vai faltar para o piso Nem caixa recebedor
A casa do improviso Nem talão de cobrador
Do poeta nacional Lá se mora sem pagar
Só precisa no quintal João Claudino vai doar
Um jardim que tenha flor A Casa do Cantador
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