Page 35 - Seguindo os Passos do Sucesso

Chico de Maroca, Francisco Cavalcante e Na paróquia de Uiraúna, Padre Anacleto deixava
Zeca de Toca cantavam. “O João só fazia
mesmo zoada”, relembra, sorrindo, Casimiro.
Ele recorda, também, quando Fernandinho
sugeriu uma serenata na casa de Nezinho
Duarte, pois namorava uma de suas filhas. “Foi
uma confusão. Ele não namorava ninguém e
botaram foi a gente para correr”, diz Casimiro.
“A gente disputava até namorada”, recorda
Israel, irmão de Casimiro, que tentou desiludir
João de uma determinada menina, falando que
ela era muito bonita, mas tinha as pernas finas.
Entretanto, João foi categórico: “Ô, rapaz!
Quem come perna é ferida”.
Outra diversão da turma era o comércio de João
Olinto. Ele era amigo do grupo e vendia carne,
que assava na hora. Eles compravam cachaça
e ficavam tocando valsas. “A gente assava a
carne com álcool na balança de pesar carne, lá
mesmo no balcão”, recorda João Claudino.
À noite, João dormia numa sala com os primos
Casimiro, Israel e José. “A gente pegava as
redes que eram guardadas no caixão; e como
lá a noite era escura, a gente conhecia cada
uma delas pelo cheiro”, relembra Casimiro.
Casimiro trabalhou cerca de seis anos como
fotógrafo para ganhar um pouco de dinheiro.
Na época, as fotos eram nos tamanhos postal,
meio postal e 3X4 e copiadas logo depois de
tiradas, ficando prontas pouco mais de uma
hora depois. Em todas as festas e movimentos
da cidade, lá Casimiro estava com sua máquina
fotográfica... e seu ajudante: João!
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que eles tirassem as fotos do lado de fora da
igreja. E quando tinha desobriga então, era
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uma festa! Casimiro e João pegavam carona e
faziam parte da comitiva do padre. “Era uma
maneira barata de poder viajar, uma vez que,
para a comitiva, hospedagem e alimentação
eram de graça”, informa Casimiro. Às vezes,
eles chegavam a passar três dias num povoado,
especialmente quando tinha festa religiosa.
Para Casimiro, João nunca foi um bom
fotógrafo. Por isso, seu trabalho era cortar os
retratos e, o mais importante, convencer as
pessoas que a imagem que estavam vendo era
delas, realmente! Algumas fotografias ficavam
boas, mas outras, não tinham nada a ver com
a pessoa que estava na foto. Teve até um caso
famoso de uma mulher que ficou com uma
mancha no rosto que mais parecia um bigode.
Muitas vezes, João dizia a Casimiro que não
tinha nem condições de vender uma foto
daquelas. Mas Casimiro era direto: “Eu faço
as fotos e você que se vire para convencer as
pessoas a comprar”. Certa vez, em Poço Dantas
- na época um povoado de Uiraúna - durante a
festa de São Francisco, um casal todo trajado
de branco resolveu tirar uma foto e Casimiro
estava com sua máquina fotográfica... e seu
ajudante: João!. Quando a mesma foi revelada,
veio aquela pasta toda branca - um horror! Eles
sabiam de quem era a foto apenas por causa
do local tirado e da cor da roupa. Quando foram
entregar, é claro, o casal não quis receber.
8 Viagens de pregação feitas pelos padres ao interior de suas
paróquias, numa espécie de romaria, onde são acompanhados
por muitos fiéis.
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