Page 126 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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essa situação. Várias vezes, ele me disse: “Valdecy, tenha paciência um pouco”. Mas não
saiu, e aquela fábrica acabou. Até investimos bastante na preparação daquilo ali. Teve
um rapaz, que eu contratei da fábrica de São Paulo, que foi para a Alemanha para poder
ver maquinário, ver as feiras, fez bastante estudo. Estava preparado o projeto. Então,
foi um acidente. Não aconteceu! A fábrica de confecção é porque eu tinha o incentivo,
lá em Recife, eu não via resultado, aí eu botei a confecção. Foi sempre aparecendo um
motivo...
Entendi, seja um motivo resultando no impedimento para que o projeto siga, ou um
motivo para que o empreendimento ganhe vida, efetivamente, e dê lucro. E as outras
empresas, quais as causas de terem dado certo?
A Construtora, talvez, por causa das construções. O shopping, por causa de uma loja
grande que foi feita em São Luís, no Maranhão, mas não se adaptava, eu resolvi botar
um shopping (Colonial Shopping). Apesar de não ter estacionamento, não foi feito para
shopping, mas foi dividido em 100 pontos, foi botado e foi um sucesso. Na inauguração,
estava lá o governador do Maranhão, o governador do Piauí, senadores... e nessa
inauguração, João anunciou o shopping em Teresina (Teresina Shopping). Depois, logo
em seguida, no Maranhão (São Luís Shopping). Então, foi assim: uma coisa acontece em
consequência da outra.
Aos olhos do senhor, hoje, o que diferencia uma empresa familiar, sobretudo pensando
no mercado atual? Quais os desafios?
Fala-se muito hoje em se botar profissionais. Ora, o que é um profissional? Quando se
fala “profissional”, quer dizer contratar uma pessoa de fora da família. Por outro lado,
eu entendo que profissional é quem faz a profissão mesmo e sabe fazer. Dr. Júnior: o
melhor profissional possível! Dra. Cláudia: profissional. Dr. João Marcello: profissional,
e são da família! Agora, pode ser também profissional não da família, mas acontece
que, às vezes, as famílias têm profissionais melhores para outra coisa, não é para aquela
atividade. Ele, às vezes, pode ter para outra coisa, entendeu?... para médico, cuidar de
hospital, ou outra coisa. É muito comum, quando a família já tem uma atividade, pessoas
da família entrarem naquele ramo e se tornarem profissionais. Acontece que existem
muitos empregados que se tornam muito bons executivos, e se tornam profissionais
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