Page 15 - Livro 50 anos Festival Violeiros
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500 FESTIVAL  DE VIOLEIROS DO NORTE  E NORDESTE



                   arte, a voz do povo sertanejo transformada em canto, resistência e celebração. Em 1975, o

                   Festival foi oficialmente incluído no calendário de comemoração do aniversário de Teresina,

                   tornando-se um símbolo da cidade. Em 1985, com a fundação da Casa do Cantador por Dr.

                   Pedro Ribeiro e João Claudino, tudo ganhou ainda mais força e estrutura.

                              Realizado tradicionalmente na concha acústica do Teatro de Arena da Praça da

                   Bandeira, no centro de Teresina, o Festival de Violeiros reúne, anualmente, mais de cem

                   repentistas vindos dos quatro cantos do Norte e Nordeste. Eles encantam plateias abraçando

                   as noites com emoção e encantamento. A cada edição, dezenas de violeiros participam,

                   formando versáteis duplas em apresentações memoráveis. Hoje, é reconhecido como o

                   maior espetáculo de repente do Brasil.

                              Temos orgulho em afirmar que Teresina é um dos berços de celebração da literatura

                   de cordel e do improviso cantado. Desde suas primeiras edições, o Festival tem atraído

                   pesquisadores de universidades do Brasil e do mundo, interessados não apenas na riqueza

                   poética, mas na profundidade cultural que brota do repente. Aqui, talentos se revelam,

                   mestres se aperfeiçoam, e a tradição se renova a cada voz que se levanta diante do público.

                              Mais do que um evento, o Festival é herança viva, passada de geração em geração.

                   É a prova de que crescer não é apenas avançar, mas se aperfeiçoar com o tempo, com mais

                   nobreza, grandeza e compromisso. Ao celebrar a 50ª edição, o Festival de Violeiros do

                   Norte e Nordeste reafirma sua importância como patrimônio imaterial do Piauí e do Brasil,

                   conectando passado, presente e futuro através da força da poesia.

                              Neste livro, abrimos as páginas da memória para revelar um pouco da alma que

                   passou pelos palcos do Festival e que tanto encantou o meu pai, carinhosamente chamado


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