Page 63 - Seguindo os Passos do Sucesso
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de chitas, megafone no alto com microfone
dentro do carro ou com uma bandinha tocando
à frente. O carro era seguido pela garotada
por onde passava, ao dar voltas pelas ruas da
cidade. “Ele alegrou Bacabal”, dizem por lá.
Quando chegava ao aeroporto de São Luís,
o amigo Antônio de Manico ia buscá-lo de jipe.
A viagem era uma aventura. Eles enfrentavam
lama, buraqueira, pedras. Atolavam, desviavam...
Eram como guerreiros do sertão!
João não tinha muito tempo para diversões,
mas, ainda solteiro, quando podia, procurava
frequentar os pontos de diversão da cidade:
a “Rua 28”, o “Cinema Ideal”, o “Bar do Neco”,
o “Bar da Maria Carmelo” e o “Bar Tamió”, além
das festas nas casas de amigos.
Nesse período, tinha um começo de um clube,
apenas cobertura e piso, sem banheiros,
chamado “Icaraí” - hoje, um clube de boa Antônio de Manico
estrutura. João frequentava sempre o local,
cujas principais festas eram o carnaval
e as festas juninas, animadas por um uma padaria de Bacabal - homem considerado
bom sanfoneiro. rico na cidade. Chico não queria o namoro e
avisou: “Se te pegar namorando minha filha, eu
Em Bacabal, João se divertia, também, te mato!”. Um dia, Chico encontrou o casal e
banhando no tanque da casa de Antônio disparou: “Eu já lhe disse que não quero você
de Manico, onde a mãe deste, Dona Sinhá, namorando esse homem!”. João Claudino
mandava batata, milho cozido, macaxeira cozida resolveu o problema e livrou o amigo dizendo:
e laranja para os dois. Às vezes, os banhos “Oi, Chico, quero até falar contigo. Eu estou
eram rápidos, porque precisavam voltar para acertando uma representação de trigo em
trabalhar, que eles apenas cortavam as laranjas Bacabal e achei que você é o homem ideal para
ao meio - não dava tempo de descascar! ser o representante”.
Os dois eram inseparáveis. Certa vez, Manico A criatividade de inventar algo que não existia
estava namorando a filha do Seu Chico, dono de na época não só livrou o amigo da briga,
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