Page 111 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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depois, eu ainda em Recife, a Willys Overland botou uma filial, uma fábrica, em Recife,
mas não chegou a produzir muito, não. Não sei como foi aquilo, não me lembro mais.
Tempos depois, eles nos procuraram e nos deram a concessão da Willys, não porque
tínhamos pedido no passado, mas porque já estavam conhecendo e acompanhando
o progresso e a situação do Paraíba no Maranhão. Então, eles quiseram botar uma
concessão no Maranhão, e aceitamos. Depois a gente passou à frente. A nossa dedicação
era muito grande com os outros negócios e eu não gostei muito, não me dediquei muito
à concessão. Havia outras atividades mais interessantes na ocasião. Não quis desviar
atenção para isso. Então, botei lá outras pessoas para tomar conta, e assim não evoluiu
muito.
Voltando à questão do Piauí, nessa época já não era uma região igualmente favorável
ao crescimento, como o Maranhão?
Em 1966, nós reinaguramos uma loja em Pedreiras e queríamos botar uma loja no
Piauí, sempre queríamos. Mas tinha muita atividade para lá, eu em Recife, coisa e tal, e
não deu. Inauguramos uma loja em Codó e de lá eu viajei para Floriano – ali por dentro,
por Fortuna, Mirador, São João dos Patos – para botar uma loja em Floriano. Um dos
mascastes nossos tinha feito certo sucesso lá no começo, mas depois ele diminuiu. Eu já
conhecia Floriano, achava uma cidade boa e grande, mas não consegui o ponto. De lá,
fui para Teresina. Teresina eu achei uma maravilha, para botarmos uma loja de varejo.
Varejo e atacado que ainda não tinha lá. Mas, na ocasião, estávamos mais interessados
no varejo, porque já tínhamos uma loja de atacado em Recife e o interesse não foi
maior para o atacado. Cada filial já tinha um certo atacado. Tinha em Caxias, tinha em
Bacabal, em Pedreiras, já estava mais espalhado e queríamos mais varejo. Fui a Teresina
olhar o movimento, procurar um ponto e não consegui um ponto bom, que desse
certo. Mas as lojas que tinha lá... Tinha uma firma de eletrodoméstico, um Siqueira lá
de Parnaíba (cidade no litoral do Piauí), tinha outras que eram muito grandes, tinha
o Machacó, Casa Inglesa, tudo grande... Era uma cidade muito interessante, porque
Teresina era central para tudo, não é? Uma maravilha! E eu, nessa época, já conhecia
o estado do Piauí quase todo, de Recife, porque lá nós tínhamos representantes e
viajantes. Em Recife, nós tínhamos o tecido por atacado e a nossa firma estava em pleno
desenvolvimento. Então, tinha viajantes em todos os estados do Nordeste, e lá tinha um
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