Page 115 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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que viajava por todo o Piauí e vendia muito. Nós tínhamos muitos fregueses bons em
Picos, em Parnaíba... em Parnaíba, não! Naquela cidade...
Piripiri?
Piripiri! Em Piripiri, em Teresina. Tinha muitos fregueses em Teresina. Então, no
atacado, estávamos satisfeitos vendendo lá, vendíamos para vários fregueses. Não
precisava muito na parte de atacado, precisava colocar varejo. E, por isso, desejamos
muito botar varejo em Teresina. Mas o Maranhão estava muito bom e a gente prorrogou
aquela situação. Cada coisa tem seu tempo.
Existe uma característica muito presente no Grupo Claudino: a criação de empresas,
que, a princípio, supriam as necessidades do próprio Grupo, mas que, com o passar
do tempo, ganharam independência e estabeleceram sua clientela. Nós podemos citar
a Socimol, a Construtora Sucesso, a Guadalajara, o Frigotil etc. Foi consciente esse
crescimento do Grupo?
Não sei se foi consciente. Hoje é que eu tenho que raciocinar. Aliás, hoje mesmo, neste
momento! Porque eu, como comerciante em Recife, lendo em revistas, vi comentários
que, nos Estados Unidos, era comum empresas grandes diversificarem a aplicação.
Colocar empresas em ramos diferentes. Eu não conferi se era mesmo, mas aquilo me
chamou atenção. Isso eu já tinha na cabeça, já tinha em mente esse fato. Se era bom,
eu não sabia, mas, se lá se usa esse sistema, seria bom parar para pensar. Bom, o fato
de colocar várias empresas são situações que aparecem em determinadas horas. Vamos
dizer... o da firma de veículos, João tinha um amigo, que foi meu colega de classe, José
Cavalcanti, que ele começou comprando jipe em Fortaleza, comprava um jipe, depois
comprava três, quatro, ia a Fortaleza, comprava e vendia. Era fácil de vender, e o José
Cavalcanti, um homem muito sabido e muito direito, evoluiu muito com isso. Esse
foi um dos motivos de eu ter me interessado pela firma de veículos, que se chamava
Claudino S/A Autopeças, que já não existe. A firma de financeira (Símbolo S/A -
Crédito, Financiamento e Investimento) é porque a gente não trabalhava muito com
banco, era financiamento próprio. E eu notei que se podia desenvolver com mais capital,
recurso de terceiros, e botar uma financeira para ajudar a financiar os nossos clientes
e desenvolver para outros clientes. Eu já morava em São Paulo. Eu passei, então, a me
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