Page 57 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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de uma tia e lá ele participava muito da fazenda, porque se juntava com uns primos
                                                       meus, Casimiro e outras pessoas e, nessa convivência de menino ainda, de jovem e

                                                       adolescente, tanto se divertia como fazia alguma coisa. Certamente fazia! Eu não sei
                                                       bem o que ele fazia lá em Uiraúna. Acho que misturava brincadeira de adolescente, que
                                                       era natural, e convivia por lá. Passava lá uma temporada – não sei se um ano – voltava
                                                       e ficava na loja. Era irregular, mas aonde ele chegava, era elétrico. Em alguma coisa ele

                                                       se destacava, não é?


                                                       Mas teve um momento em que vocês, realmente, começaram a ficar mais juntos, não é?
                                                       Mais juntos, sim. Meu pai botou – eu não sei a influência que eu tive – uma mercearia

                                                       na frente do colégio.


                                                       A Guanabara do Sertão.
                                                       É, a Guanabara. Bom, começamos a ficar muito juntos. A Guanabara do Sertão

                                                       desenvolveu muito no primeiro período, porque ele se dedicava muito e eu também
                                                       até colaborava, assim, com a parte financeira. Qualquer coisa que precisasse... tudo era
                                                       da família, havia uma participação e ajudava um pouco. Mas ele quem tomava conta,
                                                       eu tomava conta da loja. Se ele tivesse alguma necessidade de dinheiro para o negócio,

                                                       a gente estava sempre junto. E, às vezes, até fazendo uma coisa qualquer lá dentro. Por
                                                       exemplo, a gente tentava fazer até uma bomba de São João (RISOS).



                                                       Vocês faziam bomba de São João?
                                                       A gente começou, mas era negócio de menino mesmo (RINDO). Eu estava fazendo e caiu
                                                       no chão a bomba – estava fazendo ainda no começo a bomba – aí eu disse: “esse negócio
                                                       não dá certo, não!”... bom, aí desistimos!



                                                       E trabalhavam muito juntos, pelo que o Seu João me disse.
                                                       Havia uma união muito grande, eu passei a trabalhar bastante junto com o João, e
                                                       gostava, porque ele tinha facilidade. Se eu ia fazer uma coisa, ele já fazia melhor. Então,
                                                       é claro que a gente passa a gostar do trabalho, não é? E, também, havia o Valdery, que é

                                                       o mais velho, ele foi estudar em João Pessoa, aí houve um afastamento maior – começou
                                                       a ficar mais longe – e a gente ficou em Cajazeiras. Bom, o negócio mesmo, a loja, era







                                                                                                 VALDECY ENTREVISTADO POR DOUGLAS MACHADO                   57
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