Page 59 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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de tecido, chapéu e sombrinha. Só. Só vendia isso. Esse ramo foi desenvolvendo. A loja
                                                       era pequena, quando eu comecei, mas ela foi crescendo, foi crescendo. Em 1950, já foi

                                                       um ano bom, em que houve um desenvolvimento muito grande e eu já estava tomando
                                                       conta da loja. Antes, meu pai que era o dono, que tomava  conta, era o principal,
                                                       mas havia uma participação grande das minhas irmãs. Depois – esse período que eu
                                                       comentei que deixei de estudar – passei a me dedicar bem à loja e, em 1950, eu era

                                                       gerente da loja. Eu tinha vinte anos. Nessa ocasião, o comércio foi muito bom, em 1950.
                                                       Por outro lado, a loja era muito pequena e isso atrapalhava, mas houve um resultado
                                                       muito bom para o tamanho da loja. Como eu falei a você anteriormente, no passado,
                                                       eles chegaram a Cajazeiras com uma loja relativamente grande, de um certo destaque

                                                       na cidade, mas, durante a Guerra, reduziu, ficou menor. O começo do progresso foi
                                                       em 1950. Eu já estava trabalhando, já não era o primeiro ano que eu trabalhava, já
                                                       tinha trabalhado dois anos antes, e a família continuava ajudando, trabalhando todos
                                                       juntos. Então, começou aí – eu acho – que começou aí o progresso, em 1950. E como

                                                       houve um resultado muito bom, eu resolvi adquirir um ponto maior, para fazer uma
                                                       loja maior. Era, ainda, uma loja pequena, estreita, mas era maior. Então, fizemos uma
                                                       reforma e botamos uma loja que chamou a atenção da cidade. Para hoje, seria pequena!
                                                       Eu acho muito pequena. Quando eu fui a Cajazeiras a última vez, eu andei nessa loja

                                                       para relembrar, e andei medindo o tamanho da loja. Com os passos, a gente consegue
                                                       aproximar a medida. E eu quando estava andando, o pessoal, dono da lojinha de lá – eu
                                                       chamei a atenção deles andando daquele jeito – disse (RINDO): “O que é que o senhor
                                                       está fazendo aí?”. Eu disse: “Eu estou medindo o tamanho dessa loja, porque foi onde

                                                       eu comecei a trabalhar, e progredir, e me dá saudade disso aqui” (RINDO). Aí que eu
                                                       notei que a loja era pequena, e a cidade toda achava a loja grande, porque eu botei um
                                                       sortimento muito grande. Isso em 1951. João continuava na mercearia (Guanabara do
                                                       Sertão) e foi um ano bom. Tão bom que, em 1951, nós fizemos o balanço, duas ou três

                                                       vezes, e deu um resultado muito bom. Não sei se foi em 1951 ou 1952, com essa história
                                                       do balanço, mas a loja deu um lucro grande, e ficamos muito felizes. João ajudou no
                                                       balanço, e achou aquilo muito bom. Ele gostava muito de festa e disse: “Vamos para a
                                                       festa de Uiraúna”, alugou um jipe e fomos para lá. De volta, depois de brincar muito lá,

                                                       animar a festa, no jipe – passamos uns dois dias ou três dias – eu disse para ele: “Será
                                                       que aquele balanço está certo? Ele pode está errado.” Eu pensava que tinha tido um







                                                                                                 VALDECY ENTREVISTADO POR DOUGLAS MACHADO                   59
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