Page 95 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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Então, aos poucos, foram resolvendo o problema das vendas nas lojas da Paraíba?
Esses caminhões e esse exagero de mercadoria, com dois meses, a gente resolveu todos
os problemas da Paraíba e lá, em Bacabal, ficou tranquilo, a gente cuidando. Mas nós
fomos para o Maranhão para passar até o fim do ano, para salvar da seca.
Como uma estratégia.
Como uma estratégia, porque tinha muita mercadoria para vender. Mas Bacabal
e o Maranhão eram tão bons que fez a gente permanecer lá. Toda aquela região! E
depois eu conto a história de Teresina, quando nós quisemos botar loja lá, eu fiquei
impressionado. Tinha firmas grandes, a Pernambucana era a principal, mas tinha
a Machacó, a Casa Inglesa... Era muito bom. Essa história dos caminhões deu uma
propaganda muito grande, porque não tinha televisão. Uma firma grande que vendia de
agulha a caminhão. Às vezes, a gente levava um jipe na viagem e vendia o jipe lá... essas
coisas assim. Foi um sucesso! E o João – como ele gosta muito de animais e de festas
etc – ele fazia inaugurações muito grandes, chamava muito atenção, muito atenção!
Havia, naquela época, uma facilidade muito grande para se instalar uma loja. Havia
inscrição, mas nós não tirávamos a inscrição ainda. Só uns meses depois é que tirávamos
a inscrição com tanta mercadoria, veja que diferença, não é? Quando eu preparei a
mercadoria para viajar para lá, eu tirei a nota fiscal de J. Claudino em Cajazeiras para
J. Claudino em Bacabal, mas não tinha a loja J. Claudino lá, mas, para ela passar nos
postos de fronteira, precisava ter uma nota. Isso precisava, mas não tinha importância
se havia inscrição ou não. A mercadoria entrando lá no Maranhão, também, não tinha
a questão de não ter a loja lá, o posto também nem sabia que não tinha, talvez. Não
havia o sistema atual, era muito atrasado, nessa parte. O Brasil progrediu muito. Aí
dá para a gente ver o progresso. A gente botou uma loja e quatro meses depois é que
fomos tirar a inscrição, entendeu? O imposto foi calculado, mas era arbitrário, nesse
período. Foi feito um acordo arbitrário, não tinha nota. Era uma época diferente, não
é? Hoje, o progresso fez mudar muito, veio muita coisa boa, veio coisa difícil também,
que cria dificuldade. O imposto aumentou muito, mas aumentou tudo. É o progresso.
Era uma diferença muito grande. A loja iria passar só seis meses, mas nós ficamos lá.
Quando nós ficamos lá, eu tomei conhecimento que o gerente estava vendendo a prazo
e eu havia dito que não era para vender a prazo... Eu limitei um prazo bem pequeno,
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