Page 96 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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era para ser tudo à vista. Como eu tomei conhecimento que ele vendeu a prazo, eu
                            mandei chamar o gerente, ele foi a Cajazeiras e disse: “Por quanto o senhor quer vender

                            a máquina?” Eu disse: “Doze cruzeiros”. “Então, é como eu estou vendendo: doze de
                            entrada e financiar o resto”. “Que resto?”. O resto que ele quisesse, entendeu? Não pude
                            controlar o gerente. Bom, esse foi um erro. Eu considero que foi um erro, porque, como
                            íamos passar pouco tempo, a gente não estruturou como vender. Vendeu até mais caro

                            do que devia. Era para passar um tempo, devíamos ter sido mais controlados. Foi muito
                            boa a entrada em Bacabal. Aquela região nos recebeu muito bem, para todo canto que
                            ia era muito bom. Mas depois eu lamentei não ter botado logo no Piauí, porque o Piauí
                            era melhor para distribuição.



                            O senhor se refere, no caso, devido à localização?
                            A localização, a localização! Era para ter sido quase junto. Eu quis botar em Caxias,
                            porque era a entrada do Maranhão, mas não era Caxias o bom, era Teresina. Teresina é

                            a entrada comercial daquela região, do Maranhão. Ali que era bom, nosso sucesso tinha
                            sido maior.



                            O senhor lembra quando se solidificou o nome “Armazém Paraíba”?
                            É muito curioso. A gente, ao botar uma loja, tem que adequar o nome, mais ou menos,
                            às conveniências do momento, do local, do produto que vende... é muito curioso! Uma
                            vez, conversando com o governador Hugo Napoleão (Hugo Napoleão foi governador
                            do Piauí em dois mandatos: 1983 a 1986 e 2001 a 2003), ele disse: “Valdecy, o próximo

                            negócio que vocês forem botar eu quero dar o nome”. Eu deixei de atender o governador,
                            de fato, porque nós colocamos muitas coisas depois, e eu achei que podia ser que ele
                            desse um nome que fosse bom, mas poderia dar um nome que não ficasse adequado
                            ao que eu poria a venda. Era melhor escolhermos nós mesmo. Às vezes, a gente tem

                            que escolher um nome feio, mas que dá certo. Naquela época, para loja de tecido, loja
                            grande, usava-se o nome “armazém”: Armazém Triunfo, Armazém Aurora, Armazém
                            Norte-Sul etc. O Maranhão era muito mais atrasado que a Paraíba, não tinha o que
                            têm hoje todos os estados, ele era mais apagado no contexto nacional. Então, vir uma

                            mercadoria da Paraíba para o Maranhão já era uma vantagem muito grande, vindo de
                            um estado importante, civilizado para a época, que hoje já não é tanto assim. Hoje, o







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