Page 101 - Valdecy Claudino (Entrevistado por Douglas Machado)
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Piauí cresceu demais, todo o Brasil... Então, eu pensava em botar Grande Armazém:
“Mas armazém?... nós não vendemos estiva, cereais. Só vendemos tecidos e máquinas
de costura. Não se adequa bem”. E Paraíba é porque vinha da Paraíba, para o povo ver
que era da Paraíba. Ficou um nome feio. Hoje, é um nome tão bonito que, quando a
gente fez a cisão de Claudino, alguns anos atrás, eu até pensava em colocar outro nome
mesmo. O nome seria “Socic”, entendeu? Era um outro nome, totalmente diferente!
Seria Socic: Sociedade Irmãos Claudino Ltda. Mas a minha filha não concordou. Ela
disse: “Mas é possível uma coisa dessa? A coisa melhor que tem é o nome ‘Paraíba’.
Como vai mudar uma coisa dessa?” (RISOS). Ela não concordou e ficou Paraíba. Então,
naquela ocasião, quando colocamos o nome Paraíba, eu viajava muito para cá e ia a
algumas fábricas de tecido fino, fábrica de camisa e fábrica de outras coisas, eles diziam:
“Não, para armazém eu não vendo, eu só vendo para loja do ramo”. Eu respondia: “Mas
a nossa loja é do ramo, o nome é que não é bem do ramo”. Mas esse nome que “não
era bom”, naquela ocasião, hoje é. Hoje, compradores nossos – porque nós temos um
escritório de compra no Rio Grande do Sul, na terra do calçado – comentam, e outros
comentam também que é bom comprar do Paraíba, porque é bem visto, bem recebido,
respeitado etc. Então, o nome passou a ser bonito, por isso botamos esse nome, e se
tornou o nome que, hoje, não pode mais tirar. E “Sucesso em qualquer lugar”, eu sempre
peço que coloquem nas propagandas. Uma vez tiraram o nome “Sucesso em qualquer
lugar” e eu disse que era bom permanecer, pois aonde ele tem chegado está fazendo
sucesso. Colocou lá na Paraíba com meus sobrinhos e também faz sucesso lá.
Hoje é um nome sólido. E quando começou a produção de colchões, Sr. Valdecy?
Quando a gente botou a loja em Bacabal, a gente só vendia cama se tivesse colchão, aí
fazia lá mesmo um pouco de colchão e vendia no dia seguinte. Era muito fácil vender
porque, como eu falei a você, faltava muita mercadoria. Em Bacabal, era tudo... era
carne, ou comida qualquer que faltava. Nessa época, em Cajazeiras, nós botamos uma
fabricazinha de colchão de mola. Eu comprava mola e outros materiais em Recife,
e a gente botou uma pequena fábrica de colchão lá em Cajazeiras. Pouca produção,
e vendia lá mesmo. E para Cajazeiras era difícil o transporte, porque os caminhões
eram pequenos. Naquela época, não havia caminhão grande, não havia estrada. Então,
o transporte era difícil. Quando botamos em Bacabal e resolvemos desenvolver esse
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